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PF prende dono de curtume por falta de vistoria
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Publicado em 05/04/2007A Polícia Federal deteve hoje o empresário Nilson Riga Vitale, dono do Curtume Vitapele, segundo maior produtor e exportador de couro do País e dono da maior planta de curtume do mundo. Vitale foi detido na sede da empresa, em Presidente Prudente, interior de São Paulo, a pedido de um fiscal do Ministério do Trabalho que havia interditado as quatro caldeiras do curtume, alegando que as mesmas estavam sem um laudo de manutenção que tem de ser feito a cada 25 anos.
A interdição foi feita na segunda-feira pelo médico do trabalho Luiz Sant'Anna, que avisou a empresa que as caldeiras deveriam ficar paralisadas sob pena de prisão. Na manhã de hoje, Sant'Anna voltou à empresa e constatou que os equipamentos estavam funcionando e determinou a prisão do empresário.
O empresário alegou que se quatro caldeiras fossem desligadas, a produção da empresa também seria paralisada e teria de dispensar seus 3 mil funcionários e assumir dívidas de R$ 1 milhão por dia, além de perder fornecedores de matéria-prima e enfrentar dificuldades no mercado externo. Por isso, segundo ele, a empresa decidiu paralisar duas caldeiras para que engenheiros fizessem a avaliação para expedir o laudo. Quando terminasse a avaliação, seria a vez de paralisar as outras caldeiras.
O advogado da empresa, Alfredo Vasques da Graça Júnior, disse que a empresa está com as avaliações anuais das caldeiras em ordem. Por isso, a interdição foi um "exagero". "Os laudos anuais estão corretos, houve uma falha na elaboração dos laudos dos 25 anos, mas isso não deveria causar interdição", afirmou.
Vitale foi levado à delegacia da Polícia Federal, em Prudente, onde foi registrado um termo circunstanciado. Ao sair, o empresário disse que vai continuar com duas caldeiras em funcionamento. "Houve uma arbitrariedade na ação do fiscal, que é médico do trabalho e não tem competência de engenheiro para interditar equipamentos. Além disso, os engenheiros estavam fazendo a avaliação em duas caldeiras, quando ele chegou hoje", comentou o empresário. "Se eu parar a produção, vou falir", afirmou.
O departamento jurídico da empresa entrou com ação judicial para anular a penalidade administrativa da interdição. Já o técnico do Ministério do Trabalho informou que agora "o caso é com a polícia".
Fonte: Estadão |
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