Publicado em 26/08/2014O Irã suspendeu o embargo à carne bovina e seus derivados originados e processados em Mato Grosso. Desde maio, o país árabe havia fechado às portas às importações do Estado após a confirmação de um caso Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), mais conhecido como ‘mal da vaca louca’. Mesmo com o caso sendo, ainda no início de maio, constatado como ‘atípico’, ou seja, sem contaminação por ingestão de alimentos infectados, o governo iraniano manteve a suspensão das compras por um período de 180 dias.
O Irã, assim como o Egito, Argélia e Arábia Saudita, que também embargaram as exportações brasileiras de carne tanto do Estado quanto do país, formam a chamada ‘Liga Árabe’, um importante consumidor dos cortes bovinos de Mato Grosso.
O anúncio da suspensão da restrição econômica foi feito pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller, no último domingo. Anteontem, os ministros Geller e Mahmoud Hojjati, do Irã, se reuniram para tratar do assunto. Conforme o ministério, até o momento foram exportados do país 52 milhões de quilos de carne bovina para o Irã, num total de US$ 238 milhões. “Estou muito contente com mais esta conquista, visto que o estado de Mato Grosso tem toda a capacidade para exportar carne bovina não só para o Irã, mas também para outros países”, colocou Geller.
O ministro brasileiro destacou ainda que “o trabalho rápido do serviço veterinário oficial do Brasil, demonstrou que o animal identificado foi um caso isolado e não representou risco algum para a sanidade animal e à saúde pública. Neste ano, até o momento foram exportados 52 milhões de quilos de carne bovina para o Irá, num total de US$ 238 milhões.
Mato Grosso detém o maior rebanho de bovinos do país, com mais de 29 milhões de cabeças, e é o segundo maior exportador de cortes bovinos do Brasil, atrás apenas de São Paulo.
Durante a reunião, Geller entregou para as autoridades do Escritório Veterinário Iraniano propostas de certificados sanitários internacionais que poderão abrir mercado para bovinos vivos, ovos férteis e material genético bovino.
Outro resultado do encontro foi o acerto entre os ministros para a criação de um grupo de trabalho que discutirá a cooperação na área agrícola entre os dois países, informou o ministério. Além de carne bovina, o Brasil exporta soja e carne de frango para os iranianos.
Depois da visita ao Irã, Geller vai ao Egito, onde tem um encontro com o ministro da Agricultura daquele país, Adel El-Beltagy, na próxima quinta-feira (28). Na reunião, o governo brasileiro também vai negociar com o Egito o fim do embargo à carne bovina de Mato Grosso.
De maio a julho ficou visível a queda das exportações mato-grossenses para o Oriente Médio, conforme dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Oscilando entre segundo e terceiro maior consumidor do Estado, o bloco passou para último lugar, acumulando queda de quase 44% na comparação da movimentação mensal.
Em janeiro, os embarques ao bloco somaram US$ 15,76 milhões, em fevereiro, US$ 17,72 milhões, março US$ 12,32 milhões, abril US$ 13,35 milhões e em maio foram negociados apenas US$ 4,93 milhões, em junho o menor valor, US$ 2,07 milhões, e em julho, US$ 2,67 milhões.
Ainda conforme o Imea, as exportações mato-grossenses de carne bovina apresentaram resultados animadores em julho deste ano, com registro similar para outras unidades da federação. Com exceção de Rondônia, todos os principais estados exportadores de carne bovina melhoraram suas exportações. No ranking nacional, São Paulo permanece em posição de liderança, exportando 46,45 mil toneladas de equivalente carcaça (TEC) de carne bovina e registrando 15,88% de alta no volume embarcado em relação ao mês anterior.
Mato Grosso manteve a segunda colocação (27,08 mil TEC) e Goiás, a terceira, com 25,92 mil TEC, registrando maior variação positiva (30,59%) no período de análise. Em geral, todos os estados avaliados aumentaram as vendas, tendo julho/14 como o melhor mês de 2014 para a grande maioria. O mercado externo está aquecido, com fortalecimentos de destinos já existentes e com a real possibilidade de atendimento de novos mercados, o que tende a reforçar as vendas nacionais. Com as suspensões as possibilidades ampliam. Com informações do Diário de Cuiabá.