Publicado em 26/09/2014As áreas de pastagens no Brasil deverão ter uma queda de 12,3% até a safra 2030, segundo previsão da Scot Consultoria, de São Paulo. Conforme o diretor-presidente da empresa, o engenheiro agrônomo Alcides de Moura Torres Júnior, essa redução ocorrerá nas áreas onde há maior pressão da agricultura. “A agricultura deverá avançar sobre 15 milhões a 20 milhões de hectares e isso é bastante terra”, disse o especialista, que nesta quinta-feira (25/9) participou da IX Jornada NESPRO, no Salão de Atos da Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre.
O médico veterinário e diretor-adjunto da Embrapa Pecuária Sul, Fernando Cardoso, afirmou que o avanço da agricultura sobre as terras mais férteis e agricultáveis forçarão a intensificação da pecuária. ‘Será necessário o uso de muito conhecimento e tecnologia, integração lavoura-pecuária, qualidade da genética, irrigação e nutrição animal”, destacou.
Já o pecuarista Valter Jose Pötter, da Estância Guatambu, de Dom Pedrito, observou que o avanço da agricultura não provocou uma redução da pecuária, mas sim uma estabilização da atividade. Ele apontou como tendências a produção de um produto mais apreciado pelos consumidores, a carne tenra de raças especializadas em carne de qualidade, além da intensificação, encurtando o clico de produção na cria – recria – engorde.
Pötter também frisou a importância de produzir com cuidados na preservação ambiental, bem-estar animal e respeito às leis trabalhistas e relações sociais. Ele cobrou mais atenção das instituições de pesquisa para combater o capim Annoni. ‘O capim Annoni vem patrolando os campos do Rio Grande do Sul. O Bioma Pampa é aplaudido, mas valorizado apenas no papel”, criticou. Com informações do Agrolink.