Publicado em 21/11/2014O frigorífico Minerva Foods elegeu a América do Sul como prioridade para novas aquisições. Na região, não há planos para compras no Brasil, mas a companhia olha os mercados do Uruguai, Paraguai e Colômbia e quer ampliar a presença nesses países, de acordo com os executivos da empresa, que estão em Nova York para fazer uma apresentação a analistas e investidores estrangeiros.
"Nosso objetivo é crescer na América do Sul. Pelo lado da oferta de carnes não vemos vantagem comparativa em outras regiões a não ser nesta", afirma o vice-presidente Financeiro da Minerva Foods, Edison Ticle, em uma conversa com jornalistas.
Países como Brasil, Uruguai e Colômbia, diz ele, possuem o que é preciso para serem competitivos no mercado mundial de carnes, como terras, água e rebanho considerável. Na Austrália, por exemplo, ele cita que há o problema crônico de seca e, nos Estados Unidos, de terras. Para os executivos da empresa, a América do Sul é a única região do mundo capaz de conseguir aumentar a produção de carnes de forma consistente. "É a região que vai continuar crescendo e vai ser responsável pela maior parte da oferta de carne no mundo nos próximos anos", disse Ticle.
Pelo lado da demanda, o presidente executivo (CEO) da Minerva, Fernando Galletti de Queiroz, destaca que a maior procura por carne virá de países emergentes, como China, mas também de regiões como Oriente Médio. Por isso, ele conta que a estratégia da empresa é ter escritório nos principais locais onde há crescimento de consumo, como Rússia, Oriente Médio (Líbano e Argélia) e na China, todos tocados por pessoas dos próprios países.
Enquanto quer comprar novos frigoríficos em países como Uruguai e Paraguai, a Minerva Foods não tem no momento o mesmo plano para o mercado brasileiro. "No Brasil, a empresa está com o parque que considera ideal", afirma Ticle. No mercado local, a Minerva comprou recentemente três frigoríficos, um em Minas Gerais e outros dois em Mato Grosso, que pertenciam à BRF. "A prioridade da empresa agora é integrar e extrair sinergias dessas aquisições, mas continuamos com nosso plano de investimento", disse Ticle.
A expectativa é de que a integração total das unidades deve ser concluída no terceiro trimestre de 2015. Por isso, o reflexo completo das aquisições nos números da empresa só devem ser percebidos no balanço no ano que vem. Um dos desafios da Minerva dizem os executivos, é melhorar as margens das unidades compradas da BRF, que estavam ao redor de 5%, menores que as praticadas pelas plantas da Minerva, ao redor de 10%. Com as novas plantas brasileiras, mais outra comprada no Uruguai este ano, a capacidade de abate da empresa cresceu 40% em 2014. Com informações do Globo Rural.