Publicado em 17/04/2015Os aumentos nos embarques de carnes em março não foram suficientes para deixar no positivo o nível de exportações do agronegócio para o Oriente Médio em 2015. Dados do Ministério da Agricultura mostram que as compras da região caíram 7,8% no trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado.
Depois da Ásia, o Oriente Médio é um dos principais destinos de exportação mais visados pelo País, comumente citado por lideranças como potencial para aumento nos embarques de produtos.
Entretanto, levantamento do Sistema de Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro (Agrostat), divulgado nesta semana, indica que as exportações do setor, em geral, atingiram US$ 7,88 bilhões em março, queda de 1,1% no comparativo anual. Deste total, US$ 517,7 milhões correspondem ao Oriente Médio, recuo de 4,3% e no trimestre a queda é mais intensa, quase 8%.
"As vendas do agronegócio brasileiro caíram em valor, principalmente, em função da queda na comercialização de açúcar e carnes para a região. Isso pode estar relacionado a fatores sazonais. Açúcar e carnes, por exemplo, vêm sofrendo quedas de preços no mercado internacional", explica o diretor do Departamento de Promoção Internacional do Agronegócio (DPIA) do Ministério, Alberto Luiz Fonseca.
Entre os meses de janeiro e fevereiro, o complexo carne esperava embarques menores, porém, o desempenho negativo foi além do esperado. A recuperação veio em março, mas os números não foram suficientes para salvarem o primeiro trimestre.
Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), as exportações de carne de frango ao Oriente Médio somaram 120,8 mil toneladas em março, com crescimento de 4,7% em relação ao mesmo período do ano passado.
O principal cliente na região - e entre todos os importadores brasileiros de carne de frango - foi a Arábia Saudita que comprou 60,5 mil toneladas. O aumento em relação ao mesmo período do ano passado foi de 20%.
No caso da carne bovina, os principais mercados no mundo árabe no para o trimestre foram o Egito, Emirados Árabes Unidos, Argélia, Líbano, Jordânia, Palestina e Líbia. O Egito ficou em terceiro lugar entre os maiores compradores do Brasil, atrás apenas de Hong Kong e da União Europeia, de acordo com informações da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).
Contraponto
"Por outro lado, cabe ressaltar o crescimento nas vendas do complexo soja [grão, farelo e óleo], que aumentaram mais de US$ 100 milhões na mesma comparação, além das exportações de milho, arroz e trigo, que, em conjunto, apresentaram incremento de US$ 75 milhões no período comparado", destaca Fonseca.
No comércio em geral, só as vendas do complexo soja, o maior exportador, somaram US$ 2,81 bilhões, o equivalente a 35,6% de tudo o que o setor exportou em março. Produtos do setor sucroenergético também figuram entre os mais embarcados pelo País. Com informações do DCI.