Publicado em 14/05/2015A combinação entre valorização do dólar, melhor desempenho operacional e ganhos de mais de R$ 700 milhões com instrumentos de hedge impulsionou os ganhos da JBS no primeiro trimestre de 2015. A empresa brasileira encerrou o período com lucro líquido de R$ 1,393 bilhão, 20 vezes mais do que no mesmo intervalo do ano passado (R$ 69,979 milhões).
No primeiro trimestre, a JBS teve forte crescimento na receita com as vendas, puxada tanto pela valorização do dólar sobre o real quanto pelo aumento no volume vendido na maior parte de sua divisões. Nesse contexto, a receita líquida da JBS atingiu R$ 33,819 bilhões no primeiro trimestre, incremento de 28% na comparação com os R$ 26,419 bilhões registrados no mesmo intervalo de 2014.
Na mesma base de comparação, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado cresceu 57,6%, somando R$ 2,757 bilhões. A margem Ebitda ajustada também cresceu, passando de 6,6% no primeiro trimestre do ano passado para 8,8%.
No lado financeiro, a JBS foi beneficiada por ganhos com hedge. A companhia tem como política proteger quase toda sua exposição cambial, o que a coloca em posição oposta à dos concorrentes, que tiveram forte prejuízo "não-caixa" no primeiro trimestre devido ao impacto da valorização do real sobre as dívidas em dólar.
No primeiro trimestre, o resultado financeiro da JBS foi positivo em R$ 83,862 milhões, ante a perda financeira de R$ 869,326 milhões do mesmo período de 2014. Esse resultado foi puxado pela diferença positiva de R$ 730 milhões entre os ganhos de R$ 4,488 bilhões com derivativos (instrumentos de hedge) e a perda de R$ 3,756 bilhões com variação cambial ativa e passiva.
No lado operacional, a empresa também se beneficiou da melhor margem em praticamente todas as divisões - JBS Foods, Pilgrim's e JBS USA tiveram melhor desempenho. A única exceção ficou por conta da JBS Mercosul, que reúne as operações de carne na região. Essa divisão foi impactada pela forte alta dos preços do gado e pela fraca demanda no Brasil e no exterior, o que derrubando a margem Ebitda de 10,4% para 5,6%. Com informações do Valor.