Publicado em 27/04/2016A vocação exportadora da Minerva Foods, terceira maior empresa de carne bovina do Brasil, caiu como uma luva no primeiro trimestre deste ano. Com o dólar favorável e a demanda firme na Ásia e no Oriente Médio, a Minerva registrou lucro líquido de R$ 46,3 milhões no período, ante prejuízo de R$ 587,2 milhões observado entre janeiro e março de 2015.
No trimestre, a receita líquida da empresa somou R$ 2,337 bilhões, aumento de 8,4% ante os R$ 2,156 bilhões registrados em igual intervalo de 2015. Responsáveis por 70% do faturamento bruto de empresa, as exportações cresceram 9,7% no período, para R$ 1,703 bilhão. Já a receita bruta no mercado doméstico subiu apenas 2%, para R$ 772,2 milhões. O ritmo mais fraco no mercado interno reflete o consumo retraído no Brasil.
Em relação ao volume de vendas, a diferença entre o desempenho da Minerva nos mercados interno e externo também é nítida. Enquanto as exportações de carne bovina in natura da companhia cresceram 2,1% no primeiro trimestre, as vendas no mercado doméstico caíram 17,1% no período.
"Mesmo dentro de um cenário adverso [no Brasil], com o trabalho na exportação fomos capazes de manter rentabilidade, gerar lucro líquido e fluxo de caixa", disse o presidente da Minerva, Fernando Galletti de Queiroz, em entrevista a jornalistas. Segundo ele, a empresa teve o melhor primeiro trimestre de sua história quando considerado o desempenho operacional.
Entre janeiro e março, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês da Minerva atingiu R$ 251,6 milhões, aumento de 33,6% na comparação com os R$ 188,4 milhões reportados no mesmo trimestre do ano passado. "É um recorde histórico", disse Galletti.
Com isso, a margem Ebitda da companhia atingiu 10,8% no primeiro trimestre, ante a margem de 8,7% de um ano antes. Na avaliação do diretor financeiro da Minerva, Edison Ticle, a margem de dois dígitos alcançada pela companhia no primeiro trimestre é "sustentável" para o restante de 2016.
Do ponto de vista financeiro, o aumento de capital de R$ 746 milhões feito pela gestora saudita Salic ajudou a reduzir o índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) da Minerva de 4,3 vezes, em dezembro, para 2,9 vezes no fim do primeiro trimestre. Em 31 de março, a dívida líquida da empresa totalizava R$ 3,215 bilhões, queda de 24% ante o registrado no fim de 2015. Com informações do Valor.