Publicado em 20/06/2016O Frigorífico JBS informou ao G1 na noite da última quinta-feira (16) que, a pedido do governo do Estado de São Paulo, adiou hoje 20) o encerramento das atividades de sua unidade em Presidente Epitácio. Até então, o fechamento do frigorífico, que conta com 795 funcionários, estava marcado para sexta-feira (17).
Na segunda-feira (20), a companhia se reunirá com representantes do governo com o objetivo de discutir alternativas de revisão ao decreto 61.907/16, de abril deste ano, que altera as regras tributárias do setor e que inviabilizou as atividades da unidade instalada no Oeste Paulista.
Por meio de nota, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo informou que, no caso de Presidente Epitácio, o governo paulista acompanha com atenção e considera que as condições fiscais não são a única condicionante para a viabilização da unidade. No entanto, buscará fazer todo o possível para ajudar a viabilizar seu funcionamento.
Sobre as negociações, o Estado informou que o diálogo é permanente e que o governo tem zelado para que a conversa ocorra com todas as cadeias produtivas e todos os elos, buscando não ver o interesse somente de um segmento, seja ele produtor, indústria, equipamentos ou insumos, mas buscando o que é o interesse público, que deve ser resguardado.
“O governo do Estado de São Paulo tem buscado sempre criar condições para que os frigoríficos se estabeleçam no Estado e possam aqui desenvolver sua atividade. É sabido que hoje não há animais suficientes no Estado para que a capacidade desses estabelecimentos seja plenamente utilizada, dependendo, muitas vezes, da importação de animais de outros Estados, que chegam em pé ou já abatidos para o processo de desossa e industrialização da carne”, declarou a secretaria ao G1.
Nas duas figuras, condições são criadas pelo governo para apoiar e tentar impedir uma agressiva guerra fiscal de outros Estados, que levam empregos e inibem a atividade econômica em São Paulo. Assim, hoje em dia, há uma grande estrutura de abates existente.
“As condições de apoio que o Estado possa criar não são as únicas determinantes no processo. Há, muitas vezes, plantas frigorificas com instalações inadequadas ou que têm circunstâncias de dificuldade para sua própria sobrevivência. Além disso, o setor tem vivido também um momento de alta concentração de alguns grupos econômicos, o que causa reorganizações do setor e no qual unidades podem ser comprometidas”, apontou o Estado, em nota ao G1.
Fim das atividades
O fechamento da ala de desossa que fica em Presidente Epitácio foi anunciado pela empresa na última segunda-feira (13) e resultou em protesto entre os funcionários do local. No dia seguinte, os trabalhadores do Frigorífico JBS realizaram outra passeata pelas ruas do município. O manifesto contou com motociclistas, carros com som, buzinaço e pessoas que, a pé, levavam cartazes com dizeres que mostravam o descontentamento pelo fechamento que ocasionará no desligamento de 795 funcionários. Com informações do Globo.com