Publicado em 10/03/2017O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, defendeu, nesta quinta-feira, em Não-Me-Toque, interior gaúcho, que as novas regras para compra de terras por estrangeiros tenham restrições na aquisição de áreas ocupadas por culturas anuais, como soja. Maggi diz que a pasta está no grupo governamental que discute a mudança e que proporá limites para estes casos.
Ao visitar a Expodireto, que termina nesta sexta-feira na cidade do Planalto, o ministro evitou antecipar taxas ou volumes de recursos que devem fazer parte do Plano Safra para o ciclo 2017/2018, previsto para ser anunciado em junho. O chefe da pasta de Agricultura afirmou que não vê problema na liberação de compra nas culturas perenes, como cana-de-açúcar, café e florestas. "Mas para culturas anuais tenho preocupação", admitiu Maggi. "Pode ter um fundo de investimento comprando 10% das áreas com grãos. Se decidir não investir mais, imagina o que aconteceria com as indústrias em Não-Me-Toque, não venderiam mais máquinas", alertou o titular do Mapa, que não considera que as terras no Rio Grande do Sul seriam alvo de aquisições. Os fundos, lembrou, buscam extensões maiores, acima de 1 milhão de hectares. Para ele, pensar em extensões de 50 mil hectares, mesmo grandes, não são atrativas aos investidores estrangeiros.
No Estado, a característica é de lotes menores, citou. Estados como Mato Grosso e Bahia estariam no cenário de risco. Maggi não sabe quando o tema será anunciado. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, deu prazo - em entrevista em 15 de fevereiro - de um mês para que as regras estivessem definidas. Maggi deu a entender que ainda há muita discussão para ser feita antes de anúncios. Com informações do Jornal do Commercio.