Publicado em 11/04/2017A pecuária mato-grossense não para de contabilizar perdas após a operação Carne Fraca, deflagrada no dia 17 de março pela Polícia Federal. Mesmo sem ter qualquer planta frigorífica envolvida nas fraudes de concessão de registros sanitários, o preço do boi gordo e da vaca gorda desvalorizaram pela terceira semana consecutiva (de 3 a 7 de abril). A queda foi de 1,82% e 2,67%, sendo cotados a R$ 120,63 e R$ 115,42, respectivamente.
Acompanhe as cotações da arroba do boi gordo e da reposição em: www.pecuaria.com.br/cotacoes.php
“O mercado do boi gordo está patinando, com os frigoríficos comprando de forma comedida, alguns decretando férias coletivas, entre outras medidas, que já derrubaram a arroba em 5%”, como destacam os analistas do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Conforme dados publicados no Boletim da Bovinocultura, divulgado ontem pelo Imea, o abate total de março deste ano foi levemente maior (1,99%) que o registrado no mês anterior (fevereiro/17), fechando em 366,39 mil animais abatidos no último mês.
Mas os analistas avaliam os resultados. “Março teve quatro dias úteis a mais que fevereiro e, quando se analisa a quantidade diária de animais abatidos no Estado, observa-se uma forte queda, sendo 13.570 cabeças abatidas/dia (Indea/MT) em março/17, quantidade 13,1% menor no comparativo mensal. Além disso, esse é o menor abate diário desde dezembro de 2010, quando foram encaminhados ao matadouro 13.450 bovinos/dia. Diante desse cenário, tentativas de compra abaixo da referência tornaram-se comuns e a queda de braço entre pecuaristas e frigoríficos se intensificou mais uma vez, desaguando em menores preços à arroba”.
Pouco mais de 20 dias após a deflagração da operação Carne Fraca, os primeiros reflexos negativos para os pecuaristas, embora já esperados, começaram a ganhar maiores proporções. O mercado bovino mato-grossense se viu diante de uma depressão nos preços, com o boi gordo exibindo recuo de 5% desde o dia 17 de março. “A crise, que era da ‘carne’ e parecia estar sendo contornada, veio cobrar a ‘conta’ com mais força do pecuarista do Estado”, destacam os analistas, via Boletim Semanal. Com informações do Diário de Cuiabá.