Publicado em 12/07/2017
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, admitiu que o Brasil passa por um momento delicado desde a Operação Carne Fraca, mas que trabalha para mostrar que seus produtos têm boa qualidade. O ministro lembrou que o mercado externo é disputado e disse que ele se conquista "na botina e cotovelada".
"O mercado não se faz dando beijinho e abraços. O mercado se conquista na cotovelada e na botina", afirmou.
As afirmações foram feitas no evento de lançamento do financiamento do Banco do Brasil para a safra 2017/2018 nesta terça-feira (11), em Brasília.
O ministro, no entanto, negou que se referia ao mercado americano no seu discurso. “O que eu quero dizer é que o mercado mundial está abastecido. O mundo todo produz alimentos e quer vender alimento. É como se fosse um ônibus cheio, se você quer entrar no ônibus você tem que tirar alguém”, afirmou.
Maggi reafirmou que está tentando uma reunião com o secretário de agricultura dos Estados Unidos para o dia 17 de julho, para tratar da importação de carne brasileira. Os Estados Unidos suspenderam no dia 22 de junho a importação de carne bovina fresca brasileira.
O país alegou que viu problemas de qualidade na mercadoria que chegou ao país. O principal deles é a presença de abscessos, uma inflamação por causa da reação à vacina contra febre aftosa.
Maggi destacou que nos dias 13 e 14 técnicos do ministério vão aos Estados Unidos discutir as mudanças feitas desde que o país suspendeu a importação do produto do Brasil e quais as garantias o país dará para que os Estados Unidos retomem as compras.
O ministro também disse que ainda não há uma decisão sobre a mudança na composição e na quantidade de vacina contra febre aftosa. “O ministério garante que a vacina é de boa qualidade, mas o fato é que temos um problema. Vamos investigar e fazer as mudanças necessárias”.
Na segunda-feira (10), a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e outras cinco entidades pediram mudanças na composição da vacina contra febre aftosa. Segundo as entidades, a alteração é necessária para evitar reações à vacina, o que ocasiona abscessos na carne do animal, uma inflamação.
Segundo a CNA, as entidades querem a retirada de uma substância denominada saponina, que foi adicionada na composição da vacina oleosa. Segundo a entidade, essa substância não estava prevista na composição original da vacina e está relacionada à irritação no local da aplicação, que pode levar aos abscessos. As entidades pedem ainda que a dose da vacina seja reduzida de 5 ml para 2 ml. Com informações do G1.