Publicado em 21/07/2017O Índice de Confiança do Agronegócio (ICAgro) calculado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) registrou forte queda no segundo trimestre deste ano, basicamente em consequência do arrefecimento das expectativas positivas de produtores rurais e agroindústrias em relação a economia brasileira.
O indicador recuou para 92,4 pontos na pesquisa realizada entre abril e junho, em baixa de 8,3 pontos percentuais em relação ao primeiro trimestre do ano, e alcançou o menor patamar desde o primeiro trimestre do ano passado, auge do descontentamento do setor com o governo da ex-presidente Dilma Rousseff. A escala vai de zero a 200, e 100 é o ponto neutro. O resultado é dimensionado a partir de 1,5 mil entrevistas (645 válidas) com agricultores e pecuaristas de todo o país. Cerca de 50 indústrias também são ouvidas.
A pesquisa conduzida pelas entidades apontou que entre os produtores agropecuários o índice caiu 8,2 pontos percentuais do primeiro para o segundo trimestre, para 87,3 pontos. Os pecuaristas continuaram menos confiantes que os agricultores, em parte por conta da colheita recorde de grãos na temporada 2016/17. Entre as indústrias ligadas ao setor a queda foi de 8,2 pontos, para 96, e nessa frente são as empresa que atuam "antes da porteira", basicamente com insumos, que se mostraram mais desanimadas (ver infográfico acima).
"A comercialização de soja e milho esteve muito lenta no período [segundo trimestre], o que prejudicou as aquisições de insumos. Claramente, os produtores esperaram um pouco mais para realizar suas compras, esperando uma reação dos preços dos grãos e uma melhora nas relações de troca, desfavoráveis até então em comparação a períodos anteriores", afirma Antônio Carlos Costa, gerente do Departamento do Agronegócio da Fiesp, em comunicado divulgado. Com informações do Valor.