Publicado em 08/11/2017O Brasil recebeu uma ríspida resposta da União Europeia ao se queixar, em um comitê da Organização Mundial do Comércio (OMC), de inspeções e rejeição de carregamentos de frango salgado brasileiro no bloco por causa de salmonela. Em reunião periódica do Comitê de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias, a delegação brasileira apresentou uma preocupação específica sobre as ações europeias, considerando que o país está sendo discriminado.
Segundo o Brasil, as autoridades europeias passaram a exigir do produto brasileiro padrões mais rígidos que os publicamente anunciados - mais do que os impostos aos próprios produtos da UE e a outros tipos de carne de frango. A UE foi dura na resposta. Sustentou que o Brasil não tinha razão de reclamar, e que o problema era provocado pelo país - os europeus mencionaram a operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal em março com foco em investigações de corrupção entre fiscais agropecuários e funcionários de frigoríficos. Segundo a UE, o aumento da detecção de salmonela ocorre porque os critérios microbiológicos são mais estritos para o frango salgado do que para a carne de frango in natura.
De acordo com os europeus, desde que os exportadores brasileiros decidiram colocar sal na carne fresca de frango, o produto final tende a se enquadrado na definição de pratos preparados, sofrendo controle maior. As exportações de frango salgado do Brasil para a UE alcançaram quase US$ 400 milhões em 2016. Com informações do Valor.