Publicado em 20/11/2017Pesquisadores da Embrapa Cerrados desenvolveram o clone de uma vaca da raça gir leiteiro. Objetivo é desenvolver animais que produzam leite com moléculas benéficas para o homem, como insulina e anticorpos.
Acácia é a primeira vaca da raça gir leiteiro clonada no Distrito Federal. A bezerra tem pouco mais de dois meses de vida.
“A pesquisa ainda não terminou. Nosso objetivo é testar linhagens de células para melhorar a eficiência da clonagem, associada a uma droga que melhora a reprogramação do núcleo. O nascimento da Acácia é partir de uma célula de pele”, diz Carlos Frederico Martins, pesquisador da Embrapa Cerrados.
Acácia é fruto de pesquisas do Centro de Tecnologia em Raças Zebuínas, da Embrapa Cerrados. Para a clonagem, o material genético foi introduzido num óvulo sem núcleo e reconstruído por procedimento de laboratório.
O embrião foi gerado in vitro e em seguida colocado no ventre de uma vaca. Depois da gestação, o tratamento com a bezerra é o mesmo feito com o restante do rebanho.
“No que diz respeito à alimentação, comparado com animais que não são fruto de clonagem, é a mesma, dependendo do sistema de produção. Ela deve ser acasalada juntamente com os animais que pariram na mesma época do ano. Então, não existe diferença por esse animal ser fruto de uma clonagem”, diz Álvaro Moraes, médico veterinário da Embrapa.
A fertilização in vitro ainda é a técnica mais usada no Brasil, mas não garante excelência no resultado como clonagens que podem custar até R$ 40 mil por animal. E vale o alerta: o processo para que o animal gere os mesmos resultados não depende só da forma com que ele é gerado. É preciso seguir padrões de sanidade e ambiente do animal original.
“Para produzir leite, tem o fator do ambiente, dependendo do sistema de produção que a gente colocar o animal que originou cópia. No caso da Acácia, se a gente colocar em sistemas de produção diferentes, mesmo sendo geneticamente iguais, vão produzir diferente”, diz o veterinário Moraes. Com informações da Embrapa.