Publicado em 06/12/2017A CPI da JBS precisou cancelar a reunião convocada para a manhã desta quarta-feira por falta de quorum. Estava prevista a análise de 36 requerimentos de convocação. Entre eles, os que solicitam a presença dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff no colegiado. Convocada para 9h30, pouco mais de uma hora depois — e com apenas 10 presenças contabilizadas — a reunião do colegiado foi cancelada. São necessários 12 membros para que a sessão seja aberta.
Também estava prevista a oitiva do ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot. A ideia era que Janot esclarecesse pontos questionados pelos parlamentares sobre o acordo de delação premiada firmado entre o Ministério Público, os irmãos Batista e outros executivos da JBS. Na última sexta-feira, Janot recusou o convite, que chamou de "honroso", alegando "sigilo profissional" para não comparecer.
De acordo com o relator da comissão, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), o fato de Janot ter se recusado a comparecer na reunião desta quarta-feira pode ter contribuído para o quorum baixo.
— Eu vejo esse depoimento como uma oportunidade das pessoas colocarem suas versões até sobre acusações que foram feitas em depoimentos. Lamento que essa pessoa tenha perdido a oportunidade de apresentar seus argumentos — avaliou Marun sobre a decisão de Janot.
Parlamentares protocolaram ainda pedidos de convocação do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, dos ex-ministros Guido Mantega e Antonio Palocci e de Demian Fiocca, ex-presidente do BNDES. Além disso, os deputados João Gualberto (PSDB-BA) e Wadih Damous (PT-RJ) apresentaram requerimentos para realizar acareações entre o procurador Ângelo Goulart Villela e o executivo da JBS Francisco de Assis e Silva; e entre Francisco de Assis e Silva e o advogado Willer Tomaz de Souza.
Também na lista de convocações estão pedidos para a ex-presidente da Caixa Econômica Federal, Miriam Belchior; para a advogada Fernanda Tórtima, para o ex-ministro Geddel Vieira Lima e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha.
Com a falta de quorum, a reunião sequer pôde ser iniciada. Fator que irritou o presidente do colegiado, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO). Aos presentes, Ataídes questionou a ausência, principalmente, de membros da oposição que reivindicaram durante os trabalhos do colegiado a presença de políticos - e não só de membros do Ministério Público.
Marun disse que acredita não existir mais tempo hábil para apreciar os requerimentos. O relator ressaltou que a comissão tem data definida para acabar: 22 de dezembro. Assim, não existiriam condições favoráveis para realizar novas oitivas.
— Agora eu vou avançar no meu relatório — finalizou. Com informações do jornal O Globo.