Publicado em 07/03/2018A crescente demanda global por proteína animal deve levar a abertura de novos mercados para a oferta de carnes da América do Sul neste ano, independentemente das turbulências do setor no Brasil, afirmou, ontem, o presidente da Minerva Foods, Fernando Galletti de Queiroz, em teleconferência com analistas e investidores sobre os resultados da companhia no quatro trimestre e no acumulado de 2017.
Queiroz fez referência à Operação Trapaça, terceira fase da Carne Fraca, da Polícia Federal, deflagrada na segunda-feira pela Polícia Federal. Para ele, questões como essa não devem ser impeditivas para a expansão do setor no continente. O Paraguai, por exemplo, pode vir a exportar para os Estados Unidos ainda neste ano, segundo o executivo. "A Minerva tem uma situação única de distribuição lá", afirmou.
A companhia destacou que, desde a incorporação dos ativos adquiridos da JBS em agosto até dezembro, seu volume de exportações passou a representar 22% do total da América do Sul. Com isso, a empresa se posicionou como maior exportadora de carne bovina da região.
A Minerva Foods reportou prejuízo líquido de R$ 313,5 milhões no quarto trimestre de 2017, revertendo um lucro líquido de R$ 12,3 milhões registrado em igual período de 2016. No ano, o prejuízo acumulado foi de R$ 280,9 milhões ante um lucro de R$ 195 milhões do ano anterior. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 363,4 milhões entre outubro e dezembro, um aumento de 45,4% ante igual trimestre do ano anterior. A margem Ebitda passou de 9,8% para 9,2%, na mesma base de comparação.
O presidente da Minerva Foods, Fernando Galletti de Queiroz, disse nesta terça-feira (6/3), que, até o momento, a empresa não teve nenhum questionamento ou reflexo relacionado à Operação Trapaça da Polícia Federal. A empresa não tem relação com a investigação da Polícia Federal, na qual o alvo é a companhia BRF e o mercado de carne de frango.
Segundo ele, há temores de que a operação da PF levante questionamentos do mercado internacional sobre o setor de proteína animal brasileiro como um todo. "Estamos monitorando, mas não tivemos nada", disse Queiroz. Ele ressaltou que o Ministério da Agricultura está fazendo um "trabalho excelente" para manter a situação controlada.
Paralelamente, o executivo disse ver sinais de melhora no consumo doméstico de carnes e estar otimista com o desempenho interno em 2018. "Sobre o primeiro trimestre, acreditamos que o setor está cada vez mais racional e disciplinado e toda a volatilidade que a gente encontra pode servir como novos oportunidades." Com informações do portal Estadão.