Publicado em 18/04/2018De acordo com as projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos – USDA, o volume de carne bovina comercializado mundialmente atingiu 9,83 milhões de toneladas em 2017. A estimativa é de que esse volume cresça 19,3%, alcançando 11,74 milhões toneladas em 2026.
Os cinco maiores exportadores de carne bovina são, respectivamente, Brasil, Índia, Austrália, EUA e Nova Zelândia. Estes países foram responsáveis por 70,59% do comércio internacional em 2017.
Neste mesmo ano, a participação das carnes bovinas brasileiras no mercado internacional foi equivalente a 19,83%. Todavia, a competição com o mercado indiano está forte, o qual compõe 19,57% das exportações.
Contudo vale salientar que a Índia abastece mercados menos exigentes e exporta também grande quantidade de búfalos.
Ao observar a variação das exportações no comparativo 2014/2026, é possível projetar que o Brasil terá vantagens competitivas em relação aos seus concorrentes
Apesar dos abalos sofridos pela pecuária em 2017, o Brasil continuará sendo o principal exportador de carne bovina.
Diante deste cenário favorável, o Brasil deve analisar os mercados consumidores que atende, bem como o de seus concorrentes, para a consolidação do mercado e superação da concorrência.
Analisando os dados, é possível perceber que a China e o Egito, juntos, representaram quase 50% dos destinos das exportações brasileiras.
Ao analisar dados de importação, nota-se que o Brasil domina estes mercados consumidores. Dentre o total de importações de carne bovina pela China, 14,76% são do Brasil, 13,40% do Uruguai, 9,55% da Austrália e 6,21% da Nova Zelândia. Por outro lado, no Egito, o Brasil detém 58,69% das importações, seguido pela Índia com 37,39%.
Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), o Brasil deverá embarcar em 2018 um volume 9,8% maior do que o registrado em 2017. A receita cambial avançará 10,5%, atingindo 6,9 bilhões de dólares (REUTERS, 2018).
Este cenário favorável se deve a diversos fatores, tais como a expectativa de retorno das importações de carne in natura pelos EUA, o possível aumento dos frigoríficos habilitados a exportar para a China e ao acordo de exportação Mercosul/União Europeia. Provável também em função dos possíveis novos parceiros comerciais, tais como Indonésia e Tailândia, e a possível retirada do embargo da Rússia (Portal DBO, 2018).
As principais plantas brasileiras esperam incrementar as exportações diante deste contexto positivo. Destaque para a JBS que prevê alta de 22% em seus negócios, valor que supera a expectativa da ABIEC para os embarques do Brasil (REUTERS, 2018).
Dentre os estados brasileiros, Mato Grosso e São Paulo são os de destaque em relação à exportação de carne bovina O Brasil possui amplas vantagens diante do cenário internacional, principalmente, em função da disponibilidade de recursos naturais.
Ainda assim, os pecuaristas e os frigoríficos brasileiros precisam investir e intensificar a produção para garantir a consolidação do país como líder no mercado.
Sendo assim, apostar no melhoramento genético, nutrição animal, manejo de pastagens e no processamento industrial, é um dos caminhos para a valorização do produto frente à concorrência.
Se concretizadas as previsões, o volume embarcado pelo Brasil será histórico, sendo o maior desde 2007, graças às negociações brasileiras com novos mercados consumidores logo no início do ano. Com informações da Scot Consultoria.