Publicado em 15/10/2018
Aproveitando o bom desempenho dos bônus brasileiros neste mês, a JBS começou nesta segunda-feira uma rodada de encontros com investidores nos Estados Unidos e Londres, que vai até quarta-feira, para avaliar o interesse por uma nova emissão de papéis da empresa. A companhia pretende emitir cerca de US$ 500 milhões em bônus no exterior para financiar parte da recompra dos bônus com vencimentos em 2020 e 2021 em circulação no mercado.
A JBS anunciou na sexta-feira que suas subsidiárias, JBS Investment e JBS USA Food Company, iniciaram ofertas de recompra de até US$ 1 bilhão em notas sênior com vencimento em 2020 e de até US$ 500 milhões do total de US$ 1,150 bilhão em valor principal das notas sênior com vencimento em 2021. A recompra será financiada parte com caixa e parte com os recursos levantados com a nova emissão.
Os detentores de títulos que aderirem à oferta antecipadamente receberão um pagamento extra de US$ 30 por US$ 1 mil de valor de face. A operação de recompra se encerrará em 8 de novembro.
O roadshow ocorre num momento em que os bônus brasileiros negociados no exterior têm performance melhor que a de seus pares emergentes. A despeito da maior aversão a risco no cenário internacional, a expectativa de vitória de um candidato pró-mercado na eleição para presidente abriu espaço para a valorização dos títulos de dívida do país. A continuidade desse movimento, no entanto, vai depender do cenário internacional e do apetite dos investidores para ativos de maior risco.
O resultado do primeiro turno da eleição presidencial, com o candidato Jair Bolsonaro (PSL) -- visto como favorável às reformas -- em primeiro lugar com ampla vantagem sobre Fernando Haddad (PT), levou a um aumento na demanda por bônus brasileiros, o que permitiu um recuo dos "yields" (taxa de retorno paga aos investidores) em função da valorização dos papéis. Com informações do Valor.