Publicado em 11/12/2018A Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão no apartamento do senador e deputado federal eleito Aécio Neves (PSDB), na Avenida Vieira Souto, em Ipanema, na manhã desta terça-feira. Há equipes também na casa da irmã dele, Andréa Neves, em Copacabana, também na Zona Sul. Os agentes também estiveram no apartamento do tucano, em Belo Horizonte.
As prisões de Aécio e de seu primo Frederico Pacheco de Medeiros chegaram a ser solicitadas, mas foram negadas , assim como o mandados de busca e apreensão contra Antonio Anastasia (PSDB), ex-governador de Minas Gerais, e o senador Agripino Maia (DEM-RN ) . A ordem para cumprir os mandados foi expedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello.
Outro alvos da operação são o presidente nacional do Partido Solidariedade (SD) Paulo Pereira da Silva, o deputado federal Paulinho da Força , e empresários que emitiram notas fiscais frias para Aécio. São investigados os crimes de corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Não há mandado contra os deputados federais Cristiane Brasil (PTB) e Benito Gama (PTB-BA), como fora informado pela TV Globo. Porém, os investigadores foram até as suas casas entregarem uma notificação para prestar depoimento.
A ação é um desdobramento da Lava-Jato e faz parte da operação baseada em delações de Joesley Batista e Ricardo Saud. Os executivos do grupo J&F citaram recebimento de propina de quase R$ 110 milhões por Aécio Neves.
A operação denominada "Ross", em referência a um explorador britânico que dá nome à maior plataforma de gelo do mundo, na Antártida, faz alusão às notas fiscais frias que estão sob investigação. Além do Rio, São Paulo e Minas, a ação contra senadores e deputados federais acontece também em Brasília, na Bahia, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Tocantins e Amapá.
De acordo com a PF, as vantagens teriam sido solicitadas a JBS, que efetuou o pagamento, inclusive para fins da campanha presidencial de 2014. Desdobramento da Operação Patmos, deflagrada pela PF em maio de 2017, a Ross apura se esses valores, que ultrapassam os R$ 100 milhões, teriam sido utilizados também para a obtenção de apoio político e recebidos através da simulação de serviços que não eram efetivamente prestados e para os quais eram emitidas notas fiscais frias.
Cerca de 200 policiais federais cumprem, no total, 24 mandados de busca e apreensão expedidos e realizam 48 intimações para oitivas.
Outro Lado
Em nota, a defesa do senador Aécio Neves afirma que ele está à disposição para prestar esclarecimentos e apresentar todos os documentos que se fizer necessários às investigações e que o "inquérito policial baseia-se nas delações de executivos da JBS que tentam transformar as doações feitas a campanhas do PSDB, e devidamente registradas na Justiça Eleitoral, em algo ilícito para, convenientemente, tentar manter os generosos benefícios de seus acordos de colaboração". Com informações do portal Estadão.