Publicado em 23/05/2019A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou nesta quarta-feira que, durante sua viagem à China, o governo daquele país sinalizou que queria habilitar apenas mais 20 frigoríficos brasileiros para exportar carnes a seu mercado.
A ministra ponderou, no entanto, que insistiu para que os chineses analisem a lista de 78 estabelecimentos que está sendo revisada e precisa ser encaminhada pelo Ministério da Agricultura à China até o fim desta semana.
“Pedimos aos chineses que analisem as 78 plantas e para que incluam três plantas de suínos, porque quando [os técnicos do governo chinês] vieram ao Brasil eles ainda não tinham o problema monstruoso com a peste suína africana”, afirmou Tereza em audiência pública que ainda acontece na Comissão de Agricultura da Câmara.
“Mas precisamos abrir um canal de negociação permanente. Eu disse aos chineses que não ia voltar para o Brasil com três ou seis plantas, mas que gostaríamos de entregar o maior número de questionários analisados”, acrescentou.
Tereza cobrou que a o segmento de carnes do Brasil seja mais “profissional”, lembrando que o ministério enfrentou problemas com a entrega de documentação correta, e no prazo, por parte de alguns frigoríficos.
Em um resumo de sua missão comercial pela Ásia, Tereza também comentou que manteve encontros bilaterais com ministros de Agricultura de países membros do G-20 em reunião em Niigata, no Japão, há duas semanas. No encontro, ela prometeu viajar à Rússia, por volta de setembro, para tentar melhorar “a credibilidade” do Brasil com Moscou.
“Os russos são complicados, mas a indústria brasileira tem que ter consciência do que está mandando. Eles não aceitam ractopamina [promotor de crescimento animal]. Precisamos ir para a Rússia, é um mercado importantíssimo para nossas carnes bovina e suína”, afirmou a ministra.
Tereza também esteve com o ministro de Agricultura da Arábia Saudita, que recentemente reduziu o número de frigoríficos brasileiros de quem compram carnes. “A primeira coisa que ele me perguntou foi: vocês querem vender toda a carne de frango que importamos?”, destacou. Com informações do Valor.