Publicado em 10/10/2006Adriano Garcia
Editor do Pecuária.com.br
Estamos, diariamente, trabalhando para fornecer a você, nosso visitante, a mais abrangente cobertura de nosso mercado e os números comprovam isto: mais de 840 visitantes únicos somente no dia de ontem, com visitação auditada externamente pelo Google Analytics. Porém, às vezes temos que tomar a liberdade de comentar alguns assuntos não totalmente externos ao setor, mas paralelos e relacionados. Um deles é o texto de Gilberto Dimenstein, publicado hoje na Folha Online, que tenta fazer justiça à primeira vítima deste processo eleitoral: o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
As pesquisas qualitativas realizadas pelos dois candidatos ao segundo turno presidencial e por institutos independentes mostram que o eleitorado tem uma imagem extremamente negativa de Fernando Henrique, portanto quaisquer menções a ele têm efeito na campanha eleitoral.
Certamente não foi um período de exuberância econômica a era FHC. As diversas correntes políticas dão interpretações divergentes sobre as razões, sendo o câmbio excessivamente sobrevalorizado do primeiro mandato, as crises externas e o apagão do segundo os motivos mais mencionados. Porém há que se analisar que, sob FHC, o Brasil estava claramente no rumo da modernização institucional e econômica.
Graças a Fernando Henrique Cardoso e sua equipe você pode, por exemplo, ler esta matéria na Internet agora. Foi a firmeza do presidente, aliada ao "trator" Sérgio Motta, que impediu que a Embratel pré-privatização obtivesse o monopólio absoluto do acesso à Internet no País. Foi também no mandato do tucano que a Lei de Responsabilidade Fiscal foi aprovada, colocando um freio no descontrole do gasto público e permitindo que hoje possamos discutir na campanha eleitoral as origens das taxas de juros às quais o País está submetido.
Ninguém talvez se lembre, também, do mercado negro de linhas telefônicas e da fila, de alguns anos, para a "compra" de uma linha celular. Nada disso sequer passa pela cabeça do brasileiro hoje, que tem acesso aos serviços de telecomunicações de forma facilitada.
Nunca é demais lembrar, também, que foi durante a passagem de FHC pelo Ministério da Fazenda, desacreditado por todos, que foi gestado o bem sucedido Plano Real, inquestionável até mesmo pelo PT dos dias atuais, que navega na onda de seus resultados.
Até o Bolsa Família, alardeado pela máquina de propaganda petista como um dos grandes "sucessos" de seu governo, é filho direto do Bolsa-Escola, criado e implementado durante o governo anterior, quando ainda exigia contrapartidas dos beneficiários e não era a máquina de compra de votos que se transformou nos dias de hoje.
A história ainda haverá de corrigir esta imagem negativa do ex-presidente, dando ao seu mandato a dimensão devida, não só por seus erros, mas por seus acertos, cujos reflexos ainda serão sentidos por muitos mandatos no futuro, não importando quem seja o eleito no dia 29 de outubro.
Você poderá ler o texto de Dimenstein, clicando aqui. Fique à vontade para enviar seu comentário sobre os textos aqui publicados diretamente para meu e-mail: [email protected]