Publicado em 23/03/2020As vendas em alguns açougues de Campo Grande (MS) aumentaram de 20% até 50% desde a terça-feira (17) por causa do avanço na procura por alguns tipos de corte por parte da clientela para estocar durante a quarentena. Isso principalmente nos bairros mais distantes do centro. Mesmo assim neste domingo, no dia do “sagrado churras”, o movimento nas lojas ouvidas pela reportagem do Campo Grande News, era considerado normal.
A opinião geral é de que o medo segurou um pouco os clientes em casa, já que muitos compraram os cortes para o churrasco da quarentena, antes do decreto da Prefeitura de Campo Grande. Mas ficar sem a "carninha" do domingão nem pensar.
Em um açougue situado no bairro Monte Castelo, o fluxo cresceu cerca de 50% desde a última terça-feira. Carne para bifes porcionada, carne moída, patinho, etc foram os mais procurados. “Nosso movimento avançou 50% desde a última terça-feira. “Percebemos que os clientes estão comprando para estoque de carne moída, bifinhos porcionados e até picanha para assar em casa”, diz a comerciante que não quis se identificar.
Em outra loja na Mato Grosso também não havia falta de produtos. Normalmente as compras são feitas na terça-feira para a semana. O fluxo na loja estava normal, segundo ele porque ele acha que a população está mais temerosa com o coronavírus. “Não dá pra prever se aumentou pessoal. O consumidor está preocupado realmente com a doença. Os que vêm a loja, mantém distância um do outros, além de tomar outras medidas de segurança”, destacou.
No local a maior procura hoje era pelos cortes de primeira, como picanha, filé mignon e coxão mole, alcatra, etc.
No estabelecimento é ofertado álcool em gel para os clientes, e houve aumento nos cuidados com higienização e funcionários, todos de máscaras de proteção. A direção ainda colocou cartazes na loja indicado as normas de segurança.
Na Casa da Linguiça, na Rua Brilhante, o encarregado do estabelecimento Alex Alencar disse que notou crescimento de 20% no fluxo de pessoas. “As pessoas estão estocando mesmo. Aqui a alta foi de cerca de 20%. Antes o gasto médio por compra é de R$ 40 a R$ 50 e nesta semana ficou em até R$ 100”, destacou lembrando que no açougue não tinha nenhum corte em falta.
O engenheiro Alex Dantas, de 32 anos, aproveitava hoje para comprar carne. Ele já esta com as atividades de serviços paralisadas. “Ficarei 15 dias em casa e hoje já aproveitei para levar o suficiente para mim, minha esposa e filha. Acredito que a quantidade vai dar para o período. É o suficiente para sair menos de casa”,alegou.
Frigoríficos - O empresário José da Cruz, que tem um frigorífico em Dois Irmãos do Buriti diz que vai reduzir pessoal, mas os abates devem ficar em 120 unidades por dia, ao menos por enquanto. Ele que abastece os açougues de Sidrolândia, Campo Grande e Aquidauana explica que o cenário pode mudar esta semana. “Mandamos os funcionários com mais idade para casa mas pro enquanto mantivemos os abates em 120 vacas por dia”, destacou.
Ele diz que as compras caíram um pouco, mas teme o período que vem pela frente. “Esta crise vai afetar toda a cadeia de produção. É uma situação melindrosa para o País inteiro. O comércio fechado, pode ter quebradeira. Mas vamos ver até onde vai”, sinalizou o empresário, que tem 74 anos e está se resguardando em casa e acompanhando os negócios somente à distância.
“O mercado é inesperado, meu temor é muita gente querer estocar em casa esta loucura. Não sabemos bem ao certo como vai ficar, mas temos que confiar em Deus e acreditar que isso vai passar”, conclui Cruz. Com informações do Campo Grande News.