Publicado em 03/06/2020Num levantamento do Ministério Público do Trabalho (MPT), 3.201 trabalhadores de frigoríficos no Rio Grande do Sul testaram positivo novo coronavírus. Esse número corresponde a 34,63% do total de casos divulgados pela Secretaria da Saúde do Estado até a noite desta terça-feira (2).
Segundo a promotora Priscila Dibi Schvarcz, as empresas têm feito testagens em massa. "O Ministério Público do Trabalho vem atuando fortemente no setor", pontua Priscila.
Uma ação civil pública apresentada pelo MPT, nesta terça-feira (3), pede a interdição da unidade da JBS que fica no distrito de Ana Rech, em Caxias do Sul, na serra gaúcha. No local, são 22 funcionários confirmados com coronavírus e surto já foi confirmado pela prefeitura da cidade.
De acordo o MPT, a JBS não demonstrou interessa em apresentar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).
"Empresa recebeu na segunda-feira [1º] prazo de 24 horas para firmar TAC, mas informou que não tem interesse na celebração do documento", diz o documento.
Outro frigorífico, em Nova Araçá, também na serra, teve surto pela doença confirmado. A empresa AgroAraçá suspendeu os trabalhos por três dias e realizou processo de desinfecção na fábrica e testagem dos colaboradores, conforme acordo firmado com o Ministério Público do Trabalho.
O Rio Grande do Sul tem 21 frigoríficos em 16 municípios do estado. O governo estadual se reuniu, ainda em maio, com a com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, a Secretaria de Agricultura, Secretaria de Saúde, e a Superintendência regional do Ministério da Agricultura para criar uma força-tarefa para analisar situação dos frigoríficos.
Para procuradora Priscila Dibi Schvarcz, entre os principais fatores que auxiliam a propagação do vírus estão a grande quantidade de trabalhadores em um mesmo setor, o transporte dos trabalhadores e a falta ou pouca renovação de ar.
Na Região Norte, a JBS retomou as atividades no dia 20 de maio após quase um mês de interdição da empresa após o contágio de funcionários por coronavírus. A retomada foi possível após decisão do Tribunal Superior do Trabalho, que concedeu uma liminar em recurso movido pela empresa.
A unidade foi fechada em 24 de abril pela Gerência Regional do Trabalho. Numa decisão posterior, a Justiça do Trabalho gaúcha manteve a interdição. Na quinta-feira (21), está marcada uma audiência de conciliação entre a empresa e o Ministério Público do Trabalho. Com informações do G1.