Publicado em 23/07/2020A demanda chinesa por carne bovina deve dobrar nos próximos sete anos com a expectativa de aumento de consumo pela população. A importação deve atingir 8 milhões de toneladas antes do fim da década, boa parte de origem brasileira, estimou o ministro conselheiro da Embaixada da China no Brasil, Qu Yuhui.
Para fortalecer as relações, no entanto, ele sugere maior agressividade, paciência e energia do empresariado brasileiro nas negociações.
“Os empresários brasileiros precisam ser mais agressivos no mercado chinês e evitar o imediatismo, têm que pensar em longo prazo, insistir em marketing e entender melhor o consumidor chinês. E tem que gastar mais energia em procurar parceiros locais para que as cadeias de comércio e produção possam ser mais integradas entre China e Brasil”, orientou durante uma transmissão ao vivo.
Segundo Yuhui, o mercado de carne bovina é uma das oportunidades. “Até 2027, a China já vai dobrar a demanda. Hoje, o chinês consome 4 quilos de carne bovina por ano. Ainda é muito pouco. A estimativa é que até 2027 a importação chinesa de carne bovina chegue a 8 milhões de toneladas”, afirmou. “O Brasil tem conseguido ocupar fatia significativa do mercado chinês, com 30% da importação. O potencial é muito grande, não podemos ficar por aí”, avaliou.
Yuhui contou que a política da China prevê a busca pela autossuficiência nos principais alimentos, sobretudo de arroz e trigo, mas admite a maior dependência do mercado internacional para a demanda de outros itens e derivados. “A China tem urbanização intensa, temos a maior classe média do mundo com 400 milhões de pessoas. Vamos ter maior demanda, sofisticação e diversificação por produtos agropecuários”. Com informações do Valor.