Publicado em 20/01/2022Mesmo com o embargo da China, que suspendeu os embarques de carne para seu território por mais de três meses, os frigoríficos que atuam em Mato Grosso do Sul fecharam o ano de 2021 com faturamento 20,5% maior e com um volume de carne exportada levemente superior em relação ao ano de 2020.
O faturamento dos frigoríficos de MS, em 2021, registrou US$ 153,4 milhões (R$ 834,8 milhões na cotação de 19 de janeiro) a mais do que no ano anterior.
Se em 2020 as vendas para o mercado externo atingiram US$ 747 bilhões (R$ 4,06 bilhões), em 2021, os abatedouros do Estado receberam US$ 900,4 milhões (R$ 4,89 bilhões) pelos embarques de carne para outros países. Os números são da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo).
No que diz respeito ao volume de carne embarcada para outros países, em Mato Grosso do Sul houve um leve aumento na exportação de carnes no ano passado.
Em 2020, foram exportadas 189,9 mil toneladas da proteína de origem bovina e, no ano passado, foram 192,5 mil toneladas exportadas.
Por causa desse desempenho – sobretudo, o financeiro – significativo, o Estado aumentou sua participação no volume exportado pelo Brasil. Antes, MS respondia por 9,4% dos embarques do Brasil e 8,8% do faturamento com as vendas externas, agora, tem uma fatia de 10,3% do volume exportado e de 9,7% de faturamento.
O volume é expressivo porque, proporcionalmente, representa um aumento de faturamento maior que o do setor na média nacional.
Na quantidade de carnes exportadas, mostra crescimento, enquanto os números do Brasil indicam um leve decréscimo.
No ano passado, o País conseguiu vender menos carne, mas faturar mais com as vendas – e estamos falando de pagamento em dólar, antes mesmo da conversão das transações em moeda estrangeira para o real.
Em 2020, o volume de carne embarcado para o exterior pelas aduanas e portos brasileiros foi de 2,01 milhões de toneladas, sendo a China a principal compradora. No ano passado, o país asiático se manteve como o principal comprador (mas reduziu sua participação no total de exportações), e o Brasil exportou 1,86 milhão de toneladas de carne.
Menos carne enviada, contudo, não significa menos dinheiro na conta dos frigoríficos. Em nível nacional, o faturamento passou de R$ 8,48 bilhões (R$ 46,18 bilhões), em 2020, para US$ 9,2 bilhões (R$ 50,24 bilhões), no ano passado.
O valor médio do quilo da carne para o mercado externo, passou de US$ 4,2 para US$ 4,94, uma valorização de 17,5%.
Um faturamento maior dos frigoríficos, porém, não significa ganho mais significativo para os produtores.
O embargo entre setembro de 2021 e dezembro de 2021, serviu apenas para reduzir a arroba do boi de um preço médio de R$ 330 para a época do embargo, para R$ 250.
O presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, Alessandro Coelho, enfatiza que a instabilidade é prejudicial.
“A maior preocupação do pecuarista é essa instabilidade no mercado. Além da oscilação no período do embargo, tivemos algo ainda pior: quando o preço da arroba se aproximou de R$ 300, em janeiro do ano passado, o preço ao consumidor foi às alturas e o mercado da ponta não voltou mais, só foi para cima, mesmo com os embargos das exportações”, analisa.
“Com esses valores e oscilações, sofre o produtor e sofre o consumidor! Precisamos de políticas públicas para zerar a tributação sobre os alimentos básicos, bem como sobre os insumos agropecuários, pois a pecuária está intrinsecamente ligada à agricultura e todos os setores estão sofrendo com o aumento exponencial nos custos de produção”, afirmou Alessandro Coelho. Com informações do Correio do Estado.