Publicado em 11/08/2022De acordo com dados divulgados pelo CEPEA-ESALQ, o leite sofreu um aumento no mês passado, destaque para as praças paulistas que reportaram uma valorização de 21,2% no preço médio pago ao produtor. O movimento de alta no mercado, por outro lado, não é uma grande surpresa para o pecuarista. Desde fevereiro deste ano, em praticamente todas as praças, o indicador vem fechando com seguidas valorizações, mas não se via um reajuste acima de 10% em nenhuma das praças desde o mês de abril. Com a forte valorização, o valor pago ao produtor nas praças de São Paulo, Minas Gerais e média nacional fechou acima de 3,00 reais por litro.
No mercado Spot o produto também apresentou forte alta no mês de julho. As praças paulistas reportaram um aumento de 18,6%, fechando o mês cotado a 4,59 reais/L. Já para o estado de Minas Gerais o aumento foi ainda maior, 19,5%, encerrando o mês em 4,54 reais por litro.
Boa parte dessa valorização está relacionada ao aumento do custo de produção por conta da forte estiagem sofrida no Brasil, principalmente nos polos do Sul do país. A seca prejudicou não somente a quantidade, mas também a qualidade da forragem e grãos ofertados aos animais.
Em decorrência da escassez de alimentos, alguns pecuaristas se viram pressionados. Em alguns casos, a inexistência de margens ocasionou desde a redução na implantação de novas tecnologias na fazenda quanto a paralisação total da produção, causada principalmente pela inviabilidade financeira da operação.
Infelizmente os sinais de mares mais calmos no curto prazo ainda são difíceis de se enxergar. Apesar da redução no custo do milho ainda existe muita incerteza em como este grão será comercializado, principalmente em termos da quantidade que será destinada ao mercado externo. Além disso, até o momento, não há notícias de retorno das chuvas no curto prazo, o que deve prejudicar a qualidade das pastagens. Com informações do CEPEA.