Publicado em 10/11/2023Nos primeiros quatro meses da safra 2023/24, o desembolso de crédito rural atingiu R$ 186,7 bilhões, um aumento de 14% em comparação com o mesmo período do ano anterior, que registrou R$ 163,9 bilhões. As operações de custeio lideram esse crescimento com um total de R$ 110,6 bilhões, representando um aumento de 8%. Em contraste, os investimentos apresentaram uma redução de 20%, somando R$ 35,2 bilhões destinados a produtores de diversos portes.
Wilson Vaz de Araújo, Secretário Adjunto Substituto de Política Agrícola, afirmou que a tendência é comum e não resulta de escassez de recursos em bancos e cooperativas de crédito. Na esfera da agricultura empresarial, algumas linhas importantes, como Moderfrota, PCA, Proirriga e Inovagro, mostraram decréscimos que variam entre 1% e 28%. Por outro lado, o programa Moderagro registrou um aumento de 22% até outubro. No programa Renovagro, anteriormente conhecido como ABC+, houve um crescimento de 13%, alcançando R$ 3,3 bilhões, com mais de R$ 1 bilhão dedicados exclusivamente à conversão de pastagens.
Araújo, em encontro com jornalistas nesta sexta-feira (10/11), explicou: "É uma decisão do produtor de retardar o investimento, mas não é falta de recurso. A maioria dos investimentos pode ser realizada posteriormente, ao contrário do custeio, que possui um período específico para a implantação da safra". Ele também observou que o desempenho está conforme o esperado.
O Secretário salientou que a escassez de recursos em determinadas linhas pode ocorrer pontualmente, mas em geral há disponibilidade para empréstimos. "Conversei com os principais agentes financeiros, e todos afirmaram estar abertos a todas as linhas de financiamento disponíveis", disse. Ele acrescentou que são situações isoladas e não há queixas significativas de falta de recursos, especialmente para custeio.
Além disso, as linhas de comercialização e industrialização estão expandindo. Os desembolsos nessas categorias cresceram 121% e 148%, totalizando R$ 21,6 bilhões e R$ 19,2 bilhões, respectivamente. Araújo atribui esse aumento à redução nos preços de algumas commodities. Ele esclareceu: "A demanda por esses financiamentos aumenta quando os preços de mercado estão reduzidos, permitindo que o produtor retenha o produto para vender posteriormente".