Publicado em 18/03/2024O mercado de boi gordo apresentou variações significativas durante a semana. Segundo Fernando Iglesias, analista da Safras & Mercado, a euforia inicial pelas novas autorizações de exportação para a China levou a aumentos nos preços futuros, mas logo houve uma retomada da pressão de oferta em alguns estados. Iglesias observa que as indústrias conseguiram manter escalas confortáveis de abates, testando preços mais baixos, especialmente em São Paulo e Minas Gerais.
"O cenário pode se complicar no segundo trimestre devido ao desgaste das pastagens e à diminuição da capacidade dos pecuaristas de reter gado, o que deve intensificar a oferta de boi gordo," afirma Iglesias.
Em termos de preços, a arroba do boi gordo se manteve estável em São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul, com valores de R$ 220, R$ 215 e R$ 220, respectivamente. Houve uma queda de 2,22% em Minas Gerais, para R$ 220, e um aumento de 1,44% no Mato Grosso, atingindo R$ 212.
Acompanhe as cotações da arroba do boi gordo e da reposição em: www.pecuaria.com.br/cotacoes.php
No atacado, a semana foi marcada por uma dinâmica variada, com redução nos preços do traseiro bovino e aumento nos cortes dianteiros. A demanda menos intensa na segunda quinzena do mês pode levar a uma queda dos preços. O traseiro foi negociado a R$ 18,30 por quilo, queda de 1,08%, enquanto o dianteiro aumentou 7,69%, para R$ 14 por quilo.
Quanto às exportações de carne bovina, o Brasil segue com volumes elevados, caminhando para um novo recorde histórico. Em março, as vendas externas de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada somaram US$ 227,808 milhões, com uma média diária de US$ 37,968 milhões e volume total de 50,612 mil toneladas. Comparado a março de 2023, houve um aumento de 45,9% no valor médio diário exportado, 56% na quantidade e uma queda de 6,4% no preço médio por tonelada, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior.