Publicado em 14/05/2024O último relatório da Emater/RS-Ascar, divulgado em 9 de junho, aponta que as recentes chuvas e enchentes no Rio Grande do Sul afetaram duramente a bovinocultura de corte. As chuvas intensas causaram problemas operacionais em várias regiões, como estradas inacessíveis por lama, danos em pastagens e alagamentos de áreas. Essas condições têm forçado a remoção de animais e prejudicado o ganho de peso dos rebanhos, afetando a comercialização.
Em Bagé, o consumo de pastagens encharcadas pelos animais está comprometido, afetando diretamente a pecuária. Propriedades que dependem de pastagens cultivadas enfrentam mais dificuldades devido ao atraso no plantio de inverno. Contudo, áreas com melhor drenagem apresentam menores impactos e mantêm uma boa disponibilidade de forragem.
Na região de Caxias do Sul, as atividades pecuárias foram drasticamente reduzidas. A presença de barro nas mangueiras limitou as operações a curtos períodos sem chuvas. A saúde dos bovinos permanece estável, principalmente nas áreas distantes de rios, sem relatos de perdas. O confinamento de bovinos com alimentação alternativa reduziu os abates e estagnou a comercialização devido a problemas nas estradas.
Em Passo Fundo, a chuva limitou a implantação de pastagens, impactando negativamente na comercialização de animais, especialmente na recria e terminação, com preços baixos no mercado.
Na região de Pelotas, a incidência de carrapatos exige controles rigorosos. Em Rio Grande, a redução das áreas de pastoreio, devido a alagamentos, resultou em menor ganho de peso dos animais. Em Porto Alegre, as condições climáticas extremas levaram à morte de animais por afogamento e ao alagamento de áreas ribeirinhas.
Em Santa Maria, a submersão de pastos causou perdas de animais. Em Santa Rosa e Soledade, as enchentes e condições climáticas afetaram a comercialização e propiciaram a infestação de carrapatos.
Por fim, o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar mostra um aumento de 0,99% no preço médio do boi, de R$ 8,06 para R$ 8,14, enquanto o preço da vaca para abate subiu 0,56%, de R$ 7,08 para R$ 7,12 por quilo vivo.