Publicado em 27/08/2024O secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff, afirmou nesta segunda-feira (26) que 99,9% dos incêndios ocorridos no Estado de São Paulo no fim de semana foram provocados por “ação humana”. Ele informou que a Polícia Federal (PF) já abriu 31 inquéritos para investigar possíveis incêndios criminosos na região.
No final de semana foram efetuadas três prisões pela Polícia Civil de São Paulo e uma pela polícia de Goiás.
Em coletiva, Wolff destacou que imagens de satélite serão utilizadas para identificar a origem dos focos. “Quando a Polícia Federal suspeita de ação humana, um inquérito é aberto e o processo segue”, explicou. “A investigação é que vai determinar o resultado de cada caso”, acrescentou.
O secretário expressou surpresa com o fato de cerca de 50 municípios paulistas registrarem incêndios simultaneamente. Ele também citou a ausência de chuvas até o sábado (24) e ventos de até 70 km/h como fatores que agravaram a situação.
Redução dos focos
De acordo com Wolff, a Defesa Civil de São Paulo informou na manhã desta segunda-feira que restam poucos focos de incêndio ativos no estado, graças à umidade trazida pelas chuvas de domingo (25), que extinguiram a maioria dos focos.
Emergência
Wolff informou que 56 municípios paulistas relataram danos causados pelos incêndios. No entanto, ainda não houve nenhum decreto federal de emergência, pois é necessário que os municípios afetados emitam primeiro seus decretos locais e informem ao estado.
“As informações ainda não foram inseridas no sistema. Sem isso, não conseguimos reconhecer a situação de emergência”, explicou.
No sábado (24), devido à gravidade dos incêndios, o governo de São Paulo criou um gabinete de crise para coordenar ações de monitoramento e controle.
Investigação
O diretor de Controle do Desmatamento e Queimadas do Ministério do Meio Ambiente, Raoni Rajão, classificou os incêndios como uma “situação anômala”. Ele destacou a estranheza do aumento repentino de focos em áreas distantes entre si, algumas separadas por dezenas ou centenas de quilômetros.
Segundo Rajão, as áreas afetadas concentram lavouras de cana, o que torna improvável que os incêndios sejam usados para manejo agrícola. Ele enfatizou que “a produção agrícola perde com o fogo, ela não ganha com o fogo” e observou que não houve raios, relâmpagos ou acidentes com torres de alta tensão que pudessem ter iniciado os incêndios.