Publicado em 02/09/2024O governo argentino, liderado por Javier Milei, anunciou que o Imposto PAIS sobre mercadorias e fretes será reduzido de 17% para 7,5% a partir da próxima semana. Caso o imposto seja eliminado em dezembro, como prometido, o setor de fertilizantes e maquinário agrícola deve se beneficiar, gerando um retorno de cerca de US$ 500 milhões aos produtores, segundo estimativa da Bolsa de Rosário (BCR).
“A expectativa é de que o custo de importação de bens seja reduzido, o que poderá impactar no preço dos produtos importados utilizados pelo campo e pelo agronegócio”, informou a BCR.
De acordo com a entidade, os fertilizantes representam 8% dos custos de produção da soja, 20% do milho e 30% do trigo na região central da Argentina. Considerando todos os impostos, esses percentuais sobem para 6%, 17% e 26%, respectivamente, em lavouras próprias. No caso de terras arrendadas, os números mudam para 6%, 14% e 22%.
Em 2023, 60% dos fertilizantes usados na Argentina foram importados, sendo 54% dos nitrogênios e 73% dos fosfatos. A BCR destacou que, após um período de estiagem, as importações cresceram, mas a incerteza sobre mudanças no Imposto PAIS freou a atividade no mercado.
Entre 2021 e 2023, as importações de fertilizantes somaram em média US$ 2,137 bilhões ao ano. Se mantido o mesmo volume e o imposto for extinto em dezembro, o setor agroindustrial poderá recuperar cerca de US$ 374 milhões anuais.
No segmento de máquinas agrícolas, a Argentina importou US$ 528 milhões em 2023. A redução do Imposto PAIS pode gerar um impacto positivo de US$ 52,8 milhões, segundo a BCR, mas a manutenção da taxa de 7,5% ainda causaria prejuízos. A eliminação total do imposto, prevista para dezembro, poderia representar um alívio de aproximadamente US$ 93 milhões para o setor.