Publicado em 26/09/2024A Marfrig pretende intensificar sua estratégia de focar em alimentos processados e marcas de alto valor agregado após a aprovação da venda de ativos para a Minerva, conforme afirmou o CEO Rui Mendonça após a decisão do Cade. "Nosso foco é em alimentos de valor agregado e operações em complexos industriais", disse Mendonça.
A companhia prioriza operações sustentáveis e eficientes, com ênfase em unidades com maior capacidade produtiva e localização estratégica. "Queremos concentrar operações com mais habilitações e grande volume, o que reduz o custo por quilo produzido e aumenta as margens", afirmou o CEO. Atualmente, 30% das vendas de carne desossada da Marfrig são de marcas reconhecidas no mercado.
Mendonça destacou o aumento do foco em produtos processados e industrializados, considerados mais sustentáveis. "Seguiremos com commodities, mas com competitividade crescente e foco maior em produtos de valor agregado", comentou.
Ele também destacou a parceria com a BRF, que tem gerado sinergias importantes. "Estamos trabalhando próximos à administração da BRF, aproveitando oportunidades conjuntas", disse, ressaltando o potencial de capturar mais sinergias.
O negócio com a Minerva, anunciado em agosto de 2023, envolve a venda de ativos por R$ 7,5 bilhões, incluindo 11 plantas de bovinos no Brasil, unidades na Argentina, Uruguai, Chile e um centro de distribuição no Brasil. A transação deve ser concluída até o fim de outubro, exceto pelas plantas no Uruguai, que dependem de aprovação das autoridades locais.
Do total de R$ 7,5 bilhões, já foram pagos R$ 1,5 bilhão e, com a aprovação do Cade, a Marfrig receberá entre R$ 5,6 bilhões e R$ 5,7 bilhões, ajustados pelo CDI desde agosto de 2023. A companhia planeja usar esses recursos principalmente para reduzir a alavancagem financeira, que estava em 3,38 vezes no segundo trimestre de 2023, segundo o diretor de relações com investidores, David Tang.
O Cade aprovou a transação sem grandes restrições, permitindo à Marfrig seguir com seus planos. A planta de Pirenópolis (GO), atualmente da Marfrig, será vendida pela Minerva, que garantiu que a unidade está fechada desde 2010 e sem planos de reabertura.
A Minerva informou que espera concluir a aquisição dos ativos da Marfrig até o final de outubro de 2024, após cumprir as condições contratuais e os remédios impostos pelo Cade, que incluem a venda da planta de Pirenópolis.