Publicado em 05/11/2024Na véspera das eleições nos Estados Unidos, o empresário Wesley Batista, conselheiro e acionista da JBS e da Pilgrims Pride, destacou a importância da diplomacia nas relações comerciais entre Brasil, EUA e China. Em meio ao aumento das exportações de carne para a China, Batista sugeriu que o Brasil deve evitar envolvimento em disputas políticas internacionais e focar na expansão de novos mercados.
Apesar de o governo Lula ter demonstrado preferência pela candidata democrata Kamala Harris, Batista evitou entrar em questões políticas durante o AgroForum BTG Pactual em São Paulo. “O Brasil tem de manter uma boa diplomacia, tem de se relacionar com o mundo”, disse. “Não deve tomar partido, mas buscar boas relações comerciais com as duas maiores economias do mundo.”
O empresário destacou ainda as vantagens tributárias e trabalhistas dos Estados Unidos, comparando-as ao “custo Brasil”. Segundo ele, a estrutura tributária da empresa nos EUA opera com 18 funcionários, enquanto no Brasil são 300. No jurídico, são apenas 10 funcionários e nenhuma ação trabalhista, enquanto no Brasil, só na sede, são 200.
Batista lembrou o início das exportações brasileiras na década de 1990, quando o país enviava 300 mil toneladas de carne ao mercado europeu. Hoje, somente a JBS deve exportar quase 1 milhão de toneladas para a China. “A demanda está lá”, ressaltou, prevendo crescimento contínuo não apenas na China, mas também em outros mercados asiáticos.
Para ele, o Brasil precisa melhorar sua imagem internacional, principalmente em questões ambientais, e mostrar os avanços feitos, em vez de focar nos recordes de queimadas e problemas.