Publicado em 21/11/2024O cenário político e econômico global segue influenciando os mercados, com reflexos na cadeia de lácteos. A queda na demanda chinesa, aliada ao aumento da produção interna no país, tem impacto significativo no comércio mundial. De acordo com o Centro de Inteligência do Leite da Embrapa, as importações de leite pela China devem cair de 24 milhões para 20 milhões de litros por dia entre 2023 e 2024.
Apesar da desaceleração, o equilíbrio entre oferta e demanda nos principais países exportadores começa a estabilizar os preços. A recuperação das margens de lucro nos produtores deve impulsionar a produção global nos próximos meses.
No Brasil, o Boletim Focus projeta crescimento econômico de 3,1% para 2024, enquanto a expansão da renda mantém o consumo de lácteos aquecido. Nos últimos 12 meses até setembro, a oferta nacional cresceu 2,4%, com destaque para as importações, que avançaram 12,3%, representando 9% do mercado interno.
Entretanto, a produção nacional ainda apresenta expansão limitada, mesmo com condições favoráveis ao produtor, as melhores em quatro anos. Altos custos, falta de mão de obra e saída de produtores do setor dificultam um crescimento mais significativo.
No varejo, o preço do leite, após meses de alta, dá sinais de queda devido ao aumento da oferta sazonal e à dificuldade do consumidor em suportar novos reajustes. No atacado e no mercado Spot em São Paulo, já são registradas reduções. Para os produtores, a rentabilidade tende a recuar ligeiramente, com custos de produção em alta pelo segundo mês consecutivo, segundo o ICPLeite/Embrapa. O setor deve ajustar oferta, demanda e preços no último trimestre.