Publicado em 28/11/2024Um documento assinado por 44 entidades do agronegócio brasileiro repudiou a decisão do Carrefour França de suspender a compra de carnes do Mercosul. O grupo considera a medida infundada, contraditória aos princípios do livre mercado e desrespeitosa à sustentabilidade e cooperação internacional.
Entre as signatárias estão organizações de Mato Grosso, maior produtor nacional de grãos, algodão e carne bovina, como Acrimat, Aprosmat, Aprosoja-MT e Fiemt. O texto acusa o Carrefour de adotar uma postura protecionista que desvaloriza a qualidade da carne do Mercosul e prejudica o diálogo sobre desafios globais, como a segurança alimentar.
O documento destaca que o Brasil é líder mundial em exportação de carne bovina e de frango, reconhecido por sua produção sustentável e rígidos controles sanitários. Além disso, ressalta que a pecuária nacional aumentou a produtividade em 172% nas últimas três décadas, enquanto reduziu a área de pastagem em 16%.
O Brasil também preserva 282,8 milhões de hectares de vegetação nativa, o equivalente a 33,2% do território nacional, comparando-se a áreas de preservação significativamente menores em países como França e Alemanha.
“A exclusão de carnes do Mercosul do mercado francês desvaloriza nossas exportações e limita o acesso dos consumidores europeus a produtos de alta qualidade e mais sustentáveis. Essa atitude também pode aumentar custos e emissões de carbono, devido à substituição por mercadorias menos eficientes”, apontam as entidades.
O documento também questiona a lógica do Carrefour: “Se nossa carne não atende aos critérios do mercado francês, é incoerente que a mesma produção sustente mercados globais”. As signatárias reafirmam compromisso com práticas responsáveis e pedem que o grupo atue com cooperação, transparência e respeito ao livre mercado.