Publicado em 04/02/2025O mercado de fertilizantes iniciou 2025 com forte alta de preços. De acordo com relatório do Itaú BBA, a ureia registrou aumento de 14,5% em janeiro, atingindo US$ 417 por tonelada nos portos brasileiros. O aumento reflete a redução da oferta global, principalmente pela menor produção iraniana e pelo aumento do custo do gás natural.
A demanda internacional também pressiona o mercado. O leilão de compra de fertilizantes realizado pela Índia no fim de janeiro registrou preços acima de US$ 420 por tonelada, elevando os valores praticados globalmente. Estados Unidos e Europa também iniciaram a reposição de estoques, contribuindo para a tendência de alta dos nitrogenados nos próximos meses.
No segmento de potássicos, o cloreto de potássio (KCl) teve alta de 3,4% no período, alcançando US$ 305 por tonelada, refletindo um maior equilíbrio entre oferta e demanda após um período de excesso no mercado europeu. Já os fosfatados, como o fosfato monoamônico (MAP), mantiveram estabilidade em US$ 635 por tonelada, mas a oferta restrita tem levado produtores a buscarem alternativas mais acessíveis.
Outro fator que influencia o setor é a valorização do milho nos Estados Unidos. Com preços mais elevados do cereal, a expectativa é de ampliação da área plantada, o que pode resultar em maior consumo de nitrogenados e intensificar a pressão sobre os preços internacionais.
No Brasil, a relação de troca entre fertilizantes e grãos se manteve próxima às médias históricas. No entanto, a recente queda da soja no mercado internacional reduziu a competitividade da cultura em relação ao MAP. Para o milho, os indicadores de troca seguem elevados, acima da média dos últimos cinco anos, segundo o Itaú BBA.